MARAVILHOSO!!!
sábado, 28 de março de 2009
MUTANTES - SEGUNDA FASE - CAVALEIROS NEGROS
FASE PROGRESSIVA DA BANDA COM EXCELENTE INSTRUMENTAL
Já sem Rita Lee, em 1973 os Mutantes estrearam o espetáculo, "2000 Watts de Som" e gravaram O A e o Z, LP que marcou de vez a adesão do grupo ao rock progressivo. Todas as suas faixas foram compostas e executadas sob o efeito de ácido lisérgico (LSD), o que desagradou a Polydor, que não aprovou o trabalho, o considerou sem valor comercial e decidiu não lançá-lo. Além de não comercializar o disco, a gravadora decidiu demitir a banda. O álbum seria lançado somente em 1992, pela PolyGram.
Os Mutantes continuam ativos, porém Arnaldo, debilitado pelo uso contínuo de drogas (em especial o LSD) e em depressão com o final de seu casamento, apresenta comportamentos patológicos, colecionando sacos cheios de lixo, a se comunicar numa espécie de idioma inventado por ele e a fazer planos de construir uma nave espacial. Arnaldo deixa a banda, seguido pelo baterista Dinho. Em 1974, depois de uma briga com os demais integrantes, o baixista Liminha é o próximo a abandonar o grupo.
Sérgio Dias decidiu manter a banda, mas teve de reformular toda a sua estrutura. No lugar de Arnaldo, Dinho e Liminnha entraram respectivamente Tulio Mourão, Rui Motta e Antônio Pedro Medeiros. A nova formação conseguiu um contrato com a Som Livre em 1974, que lançou Tudo Foi Feito Pelo Sol no ano seguinte.
Mesmo após o lançamento do LP, as discussões não cessaram. Em 1976, Sérgio demitiu Túlio e Antônio, substituídos por Luciano Alves e Paul de Castro. Arnaldo recusou todos os pedidos do irmão Sérgio para que voltassem a tocar juntos. Em 1977, a gravadora lançou Mutantes Ao Vivo, gravado no MAM do Rio de Janeiro. O álbum não agradou os fãs e a crítica.
Em 1978, Arnaldo se reuniu com a banda como convidado especial em uma única apresentação, mas não aceitou o convite de Sérgio para voltar aos Mutantes'. Com mais alguns desentendimentos, Sérgio decidiu terminar com o grupo. O fim não poderia ser mais melancólico: aproximadamente duzentas pessoas comparecem ao último concerto do grupo, em 6 de junho em Ribeirão Preto
Os Mutantes continuam ativos, porém Arnaldo, debilitado pelo uso contínuo de drogas (em especial o LSD) e em depressão com o final de seu casamento, apresenta comportamentos patológicos, colecionando sacos cheios de lixo, a se comunicar numa espécie de idioma inventado por ele e a fazer planos de construir uma nave espacial. Arnaldo deixa a banda, seguido pelo baterista Dinho. Em 1974, depois de uma briga com os demais integrantes, o baixista Liminha é o próximo a abandonar o grupo.
Sérgio Dias decidiu manter a banda, mas teve de reformular toda a sua estrutura. No lugar de Arnaldo, Dinho e Liminnha entraram respectivamente Tulio Mourão, Rui Motta e Antônio Pedro Medeiros. A nova formação conseguiu um contrato com a Som Livre em 1974, que lançou Tudo Foi Feito Pelo Sol no ano seguinte.
Mesmo após o lançamento do LP, as discussões não cessaram. Em 1976, Sérgio demitiu Túlio e Antônio, substituídos por Luciano Alves e Paul de Castro. Arnaldo recusou todos os pedidos do irmão Sérgio para que voltassem a tocar juntos. Em 1977, a gravadora lançou Mutantes Ao Vivo, gravado no MAM do Rio de Janeiro. O álbum não agradou os fãs e a crítica.
Em 1978, Arnaldo se reuniu com a banda como convidado especial em uma única apresentação, mas não aceitou o convite de Sérgio para voltar aos Mutantes'. Com mais alguns desentendimentos, Sérgio decidiu terminar com o grupo. O fim não poderia ser mais melancólico: aproximadamente duzentas pessoas comparecem ao último concerto do grupo, em 6 de junho em Ribeirão Preto
quarta-feira, 25 de março de 2009
O TERÇO - CRIATURAS DA NOITE E MUDANÇAS DE TEMPO
Na história do grupo O Terço, que tem suas origens em 1968, estão três bandas da longínqua década de 60 - Joint Stock Co., Hot Dog e Os Libertos, por onde iniciaram o guitarrista Sérgio Hinds, o baixista César das Mercês e o baterista Vinícius Cantuária. O grupo Os Libertos, então formado pelos três músicos citados acima, era uma atração que agitava as domingueiras do Rio de Janeiro. A banda ainda se chamaria Santíssima Trindade. Em 1970 ou 71, César das Mercês é substituído por Jorge Amiden. Agora passam a se chamar O Terço. O conjunto, como já puderam ter percebido, era originário do Rio de Janeiro, mas depois iria radicar-se em São Paulo. O Terço começou cantando um rock que eles mesmos classificariam posteriormente de "grosseiro" (Chuck Berry, Bo Diddley, etc.), na periferia do Rio de Janeiro. Na época, eram rivais do A Bolha (outra histórica banda nacional), mas mudaram o estilo, concentrando-se nos vocais e fizeram muito sucesso com a canção "Tributo ao Sorriso" (que voltará a ser mencionada mais abaixo), inclusive entre o público não apreciador de rock. Sobre o significado da palavra terço, é claro que é um "fracionário que corresponde a três" ou a "terça parte de alguma coisa", inclusive a do Rosário, conjunto de contas utilizado na liturgia Católica para computar um determinado número de orações (quinze Pai-Nossos e quinze Ave-Marias). O nome O Terço caiu como uma luva pelo menos para essa primeira formação da banda, que era a de trio (guitarra-baixo-bateria). Sérgio Hinds, perguntado de onde foi tirado o nome do grupo disse: O Terço como trio e o símbolo do rosário representando união. Segundo Marcelo Dolabela, em seu ABZ do Rock Brasileiro, o grupo teria lançado dois compactos simples ainda antes do primeiro LP. Aquela era a época do Rock Rural e do Rock Progressivo, e O Terço seguiu estas sonoridades. Sobre o ano de lançamento do LP de estréia: o site Casa do Rock 70 informa que foi em 1969; Leonardo Nahoum, em sua Enciclopédia do Rock Progressivo, em 1970; e Marcelo Dolabela, em 1972. Parece haver maior unanimidade com relação à segunda data, 1970.O primeiro LP, intitulado simplesmente O Terço, tratando-se pois de um disco homônimo, apresenta um rock tipo anos 50, 60, com leves tintas progressivas. Segundo uma fonte, há música(s) em "English" neste play. Neste primeiro trabalho, o grupo ainda revoltou alguns católicos fanáticos, ao posarem de jeans, camisetas e descalços dentro de uma igreja para a foto da capa. As faixas do disco são: Nã / Plaxe voador / Yes, I do / Longe sem direção / Flauta / I need you / Antes de você... eu / Imagem / Meia-noite / Saturday dream / Velhas histórias / Oh! Suzana. Em outubro de 1970, O Terço participou do V FIC (Festival Internacional da Canção), com a música "Tributo ao Sorriso", que foi classificada em nono lugar. O gupo Módulo 1000 também esteve presente nesta mesma versão do festival. Neste mesmo ano de 1970, o grupo trabalhou com o empresário Marinaldo Guimarães, um personagem típico da época, preocupado sempre em fazer o público pensar. O espetáculo "Aberto para Obras" pode ter representado o auge de suas proposições estéticas. Montado no Teatro de Arena do Largo da Carioca, o público entrava por estreitos corredores e se via separado dos palcos por cercas de arame farpado. Descobrindo finalmente como chegar a seus lugares, tinham que escolher entre olhar para baixo, onde estava o Módulo 1000, ou para cima, onde se encontrava O Terço. Abaixo havia também uma mulher preparando pipoca em um fogão e mais adiante, sentado em um vaso sanitário, o irmão de Jorge Amiden (d'O Terço) empunhando estático um violão por três horas seguidas, apenas para arrebentá-lo no final de tudo. Marcelo Dolabela ainda informa que O Terço chegou a lançar o compacto duplo O Visitante (Adormeceu/Doze Avisos/Meio Ouvinte/Teatro da Área Extraída da Suíte), entre o primeiro e o segundo discos. Segundo uma fonte, a banda participou do Festival Internacional da Canção de 1971 com a música O Visitante, contando com Hinds (guitarra), Vinícius Cantuária (bateria), Amiden (guitarra) e Mercês (baixo) e ostentando estranhos instrumentos no palco, como uma guitarra de três braços - a tritarra - ou um violoncelo elétrico.O segundo trabalho, também homônimo e lançado entre 1973 e 74 (outros afirmam que foi em 1972), traz uma sonoridade mais progressiva (segundo alguns, totalmente progressiva) e é, talvez, o disco mais homogêneo de toda sua carreira. Neste disco, há a participação de Luiz Paulo Simas (ex-Módulo 1000 e futuro Vímana) tocando synth e órgão na suíte de 19 minutos Amanhecer Total, uma das primeiras canções nacionais a usar o mini moog. Outro destaque deste LP é a música Deus. Li numa fonte que este álbum tem uma faixa chamada, veja só, "Rock do Elvis". A formação: Sérgio Hinds: guitarra, viola, vocais; Sérgio Magrão: baixo, vocais; Luiz Moreno: percussão, vocais; Flávio Venturini: piano, órgão, sintetizador, viola, vocais. Além de Deus (1ª faixa) e Rock do Elvis (5ª faixa), as outras faixas são: Você aí / Estrada vazia / Lagoa das lontras. Amanhecer total, a 6ª e última faixa, possui os seguintes movimentos: a) Despertar pro sonho. b) Sons flutuantes. c) Respiração vegetal d) Primeiras luzes no final da estrada. e) Cores. Quando enveredaram pelo caminho do som progressivo, principalmente a partir deste play, alguns críticos disseram que estavam querendo imitar Yes ou Focus. Assim mesmo, seus espetáculos lotavam os teatros. Jorge Amiden, o primeiro músico de que se tem notícia no mundo que apareceu tocando a tritarra, deixa O Terço para participar do grupo Karma, com o qual realiza um belíssimo disco acústico, com belas canções e lindos vocais. Dois anos depois, em 1975, seria lançado o LP que consagraria definitivamente a banda, formada então por Hinds (guitarra, viola, vocal), Luiz Moreno (bateria, percussão) e os mineiros Sérgio Magrão (baixo, vocal, outro ex-integrante do Joint Stock Co.) e Flávio Venturini (piano, teclados, viola, vocal, que já havia participado das bandas Os Turbulentos, Haysteacks, Crisalis e do movimento mineiro -de MPB- Clube da Esquina): Criaturas da Noite, cuja faixa-título, síntese perfeita de MPB com Prog Sinfônico, viraria hit nacional, vende centenas de milhares de cópias e presenteia o público brasileiro com uma das obras-primas do progressivo brasileiro, a clássica faixa 1974, que na opinião de alguns, é o hino do rock progressivo nacional. 1974 é composição do recém chegado Flávio Venturini, 12'21" de puro instrumental, ricamente arranjados e com diversos momentos melodicamente encantadores. Assim que entrou, Flávio logo havia mostrado suas composições e 4 foram imediatamente aprovadas para o disco Criaturas da Noite. Destas, 2 se transformaram em obras-primas do Progressivo, amadas e idolatradas até hoje: Criaturas da Noite e a inigualável 1974, magistral suíte instrumental. Outra música do mesmo álbum, Hey Amigo, também projeta definitivamente o nome do grupo. O Terço, ao lado dos Mutantes, era o grande nome do Rock brasileiro. Neste trabalho e em outros, a banda consegue soar como um conjunto de calibre internacional. O disco ainda teria uma surpreendente versão em inglês. Segundo outras fontes, este disco foi lançado em 1974. 1974 foi coreografada, por volta de 1977, pelo argentino Oscar Araiz, para o Royal Balet do Canadá, e apresentada em turnê pelo Canadá e Estados Unidos. Outro destaque de Criaturas da Noite é a sua belíssima capa. O título da obra é A Compreensão, de autoria de Antonio e André Peticov. Flávio Venturini levou para o conjunto elementos do movimento mineiro Clube da Esquina. Além das sonoridades do rock progressivo e da MPB, o grupo ainda tinha elementos de hard rock e de hard progressivo. Apesar do sucesso limitado (isso se compararmos o grupo com artistas de apelo mais popular daquele tempo), O Terço atingiu o status de cult entre os jovens da época, além de ter representado, para a juventude dos anos 70, o que a banda de heavy metal Sepultura simbolizou para os anos 90.
TEXTO:mr badguy
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